O tropeço na Covid-19

Pelo segundo ano consecutivo, o mundo todo, e especialmente o setor produtivo do tabaco, tropeça na pandemia do coronavírus. Preocupados observamos o atraso nas contratações, percebemos a safra primorosa que ainda não deslanchou e tentamos manter viva a centelha da esperança nos dias melhores novamente.
A pandemia nos trouxe várias lições – e parte deste legado acaba sendo positivo – como as práticas sanitárias que adotamos. A “descoberta” do teletrabalho das novas formas de estar presente. Do cuidado e do empenho da indústria em cooperar com a manutenção da saúde de seus colaboradores e da necessidade de mantê-los ativos de alguma forma.
O vírus também cumpriu um papel de polícia, de Justiça, fiscalizadora e repressora ao contrabando, que teve seus índices reduzidos a patamares menores, favorecendo a própria produção legal e nacional, açoitada diariamente pelo flagelo do contrabando e do descaminho, que no setor industrial do tabaco são tão perigosos quanto a Covid-19 e toda a sua devastação.
Porém, novamente tropeçamos. O obstáculo que nos faz titubear impede que a nossa safra de excelente qualidade possa colocar a todo o vapor as nossas fábricas que têm a necessidade de processar, fabricar e comercializar para todo o mundo. O ano de 2021 deveria ser de uma retomada histórica, por conta da própria pandemia que impediu negócios já em 2020.
O tropeço da Covid nos faz esbarrar na projeção de empregos, de um “velho” normal, com trabalhadores empregados, esteira cheia de tabaco, comida na mesa e impostos fazendo com que nossa região continue pujante.
O que nos faz levantar deste tropeço está ligado à própria força da nossa mão de obra, que se dobra, mas não quebra. São homens e mulheres que trabalham com dedicação para fazer deste setor um dos mais fortes da Região Sul. Na potência da indústria legal que enfrenta uma “pandemia” por ano para combater o descaminho e cumprir com as exigências de legislação e restrições ao produto. Força que é reflexo do trabalho no campo, que de sol a sol mobiliza famílias a planejarem um amanhã melhor, mais rico e cheio de vida.
Esta é, sobretudo, a força que nos leva a crer que logo ali adiante levantaremos deste pequeno tropeço, que nos leva a refletir mais uma vez sobre importância do cuidarmos uns dos outros, para que no futuro que se avizinha, nossos planos e projetos desta safra, e de todas as outras que hão de vir sim, tornem-se de fatos ações e realizações concretas. Vamos levantar novamente, não esqueçamos disso, é só um tropeço.

*Gualter Baptista Júnior
Presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo) e Mestre em Administração

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